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26/03
2015

Veterinários e biólogos do Cemafauna comemoram nascimentos de bugios em recinto

Quando chegaram às instalações do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) os indivíduos adultos da espécie Alouatta caraya, conhecidos popularmente como bugio, um macho e uma fêmea, advindos de apreensões do IBAMA, estavam magros e feridos. A fêmea chegou primeiro em 2012, com sinais de que era criada em cativeiro não autorizado e em 2013 o seu futuro companheiro de recinto, também veio bastante ferido porque havia entrado em uma propriedade particular e foi atacado por cachorros.

            Os dois ficaram isolados e passaram por acompanhamento clínico e nutricional. Já bem recuperados, em 2014 foram colocados em um mesmo recinto e alguns meses depois nasceu o primeiro filhote que atualmente tem 10 meses de vida. No início de março de 2015 mais uma surpresa para os biólogos e médicos veterinários do Centro: nasceu o segundo filhote. 

            De acordo com a médica veterinária Adriana Quirino, essa situação não costuma acontecer com frequência em animais que estão em cativeiro. "O macho já aparenta ter uma idade avançada porque tem um desgaste muito grande nos dentes e a gente não pensava que eles conseguiriam procriar. Foi uma surpresa quando o primeiro filhote nasceu e agora com o segundo vemos uma família bem formada, um macho com comportamento mais voltado para a proteção do bebê", celebra a veterinária.

            O próximo passo a seguir, de acordo com a veterinária, é alocá-los para o recinto de primatas do Cemafauna, com uma área de 1.251 m², para o processo de reabilitação que possibilitará a introdução deles à vida livre. "Nosso desejo é que eles possam viver na natureza como deveria ser desde o início. Estamos cuidando para que os hábitos desses animais sejam readquiridos para que evitem o contato com humanos e retomem o papel deles na vida selvagem", afirma Adriana.

 

Conhecendo um pouco mais sobre a espécie

 Os bugios ocorrem principalmente no Brasil, Argentina e México, em florestas tropicais úmidas e savanas. Na região nordeste brasileira habita áreas de transição dos  biomas caatinga e mata atlântica, sendo arborícola, ficando em copas de árvores de grande porte. Se alimentam de folhas e frutos e chegam a pesar até dez quilos, sendo assim, considerados um dos maiores primatas neotropicais. Outra curiosidade é o fato de ser reconhecido como um grande barulhento já que sua vocalização pode ser ouvida em até cinco quilômetros de distância. Ainda não constam nas listas de animais ameaçados de extinção. No entanto, os biólogos alertam para a preservação dos habitats naturais que abrigam não somente essa espécie como também muitas outras que compõem um bioma equilibrado.  

 

Cemafauna

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) é um dos 38 programas básicos ambientais do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional promovido pelo Ministério da Integração Nacional. Em seis anos de atuação o Centro já realizou resgate de mais de 80 mil animais ao longo dos trechos sob influência do PISF. 

Fonte: Jaquelyne Costa ASCOM/CEMAFAUNA
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Nossa atuação

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga, sediado em Petrolina-PE, atua em todo o semiárido nordestino do Brasil, abrangendo uma área de 982.563,3 km². Além de contemplar os diversos municípios impactados pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Centro desempenha um papel fundamental na reabilitação de animais silvestres. Essas ações de conservação ex situ são realizadas em sua unidade do CETAS, onde animais provenientes das atividades de supressão do PISF e das operações de combate ao tráfico de fauna, conduzidas por órgãos municipais, estaduais e federais, são acolhidos e cuidados.

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São 12 anos de monitoramento. Este é um monitoramento de fauna, de longa duração, realizado na Caatinga Sensu Stricto por nossos analistas ambientais e pesquisadores. 

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