16/11
2015
Recentemente nos meios de comunicação das cidades de Petrolina-PE e Juazeiro-BA uma notícia sobre a presença de jacarés nas Ilhas do Rodeadouro e do Fogo tem causado a preocupação de muitos sobre o assunto. Na verdade, os jacarés estão em seu habitat natural e não representam risco a não ser que se sintam ameaçados como toda e qualquer espécie de ser vivo.
O Caiman latirostris é uma espécie de jacaré conhecida popularmente como jacaré-do-papo-amarelo. “O réptil é encontrado em toda Bacia do Rio São Francisco e se alimenta principalmente do que o rio oferece, como por exemplo, peixes e caramujos. Além de alimento, é neste local que ele encontra refúgio e proteção, principalmente de caçadores que têm interesse na carne e no couro”, afirma a bióloga Marlla Matos.
Infelizmente a caça é considerada uma das principais ameaças ao animal e é crime ambiental de acordo com a Lei nº 9.605/98 que proíbe matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar espécimes da fauna silvestre sem autorização ou licença. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é o órgão responsável pelas permissões. Apesar da intensa pressão de caça o animal está fora da Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente desde 2003.
Há também a preocupação de que possam se alimentar das capivaras que se encontram às margens do rio, próximo a orla de Petrolina. Vale ressaltar, que por ser um animal de topo de cadeia, o jacaré tem importância ecológica na manutenção do equilíbrio ambiental, controlando as espécies que estão na sua dieta, como por exemplo a população de piranhas e outros peixes do São Francisco. “Se alimentam ainda de mamíferos de pequeno e médio porte, até mesmo a capivara. O que pode acontecer é de um jacaré adulto alimentar-se de um filhote de capivara ou mesmo indivíduos adultos de capivara, o que também é considerado natural, ajudando a manter o equilíbrio populacional da espécie nos diferentes cursos do Rio São Francisco”, conclui Marlla.
Foto: Renato Brandão para Gazzeta do São Francisco
Fonte: Jaquelyne Costa/Ascom CemafaunaNossa atuação
O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga, sediado em Petrolina-PE, atua em todo o semiárido nordestino do Brasil, abrangendo uma área de 982.563,3 km². Além de contemplar os diversos municípios impactados pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Centro desempenha um papel fundamental na reabilitação de animais silvestres. Essas ações de conservação ex situ são realizadas em sua unidade do CETAS, onde animais provenientes das atividades de supressão do PISF e das operações de combate ao tráfico de fauna, conduzidas por órgãos municipais, estaduais e federais, são acolhidos e cuidados.
São 12 anos de monitoramento. Este é um monitoramento de fauna, de longa duração, realizado na Caatinga Sensu Stricto por nossos analistas ambientais e pesquisadores.
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