24/08
2016
51 papagaios-da-caatinga e 12 maracanãs voltaram ao seu habitat natural na terça-feira, 23, graças ao Projeto Papagaio da Caatinga, coordenado pelo biólogo Yuri Valença da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), desenvolvido desde junho de 2010 em parceria com instituições como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério da Integração Nacional através do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
As aves foram resgatadas e durante cerca de oito meses estiveram no corredor de voo do Cemafauna em processo de reabilitação, um viveiro onde começam a viver em grupo, formar casais, parar de responder a estímulos humanos como fala e aproximação, além de resgatar o medo pelos seus predadores e o treino da musculatura para o voo, visto que a maioria era advinda de apreensões realizadas por órgãos ambientais e eram mantidas em cativeiro.
Depois foi a vez de irem para o recinto de ambientação em Salgueiro por cerca de 30 dias para que se adaptassem ao local de caatinga onde ocorre a soltura definitiva. O biólogo explica que cada um desses animais foi anilhado e microchipado garantindo assim o acompanhamento deles por um longo período de tempo e ressaltou a continuação do trabalho com a fiscalização de áreas onde o tráfico de animais silvestres ocorre frequentemente. “Nós acompanhamos cada grupo de animais já solto desde o início do projeto por cerca de um ano, para saber se estão conseguindo encontrar alimento e água, se estão se reproduzindo, enfim, se estão se adaptando a região. O monitoramento é realizado continuamente”, afirmou Yuri.
O diretor de Recursos Florestais da CPRH, Walber Santana também acompanhou a ação e ressaltou a importância da manutenção de parcerias com instituições ambientais como o Cemafauna Caatinga. Até o momento o Projeto Papagaio da Caatinga já devolveu à natureza 208 indivíduos da espécie em áreas de caatinga preservada nos municípios de Salgueiro e Exu, ambos em Pernambuco.
A médica veterinária do Cemafauna, Adriana Alves acompanha esses animais desde o momento em que são levados à clínica médica para os procedimentos de análise quanto ao seu status corporal e motor, além do relato do histórico e exames clínicos. Ela destaca que o objetivo principal desse projeto é “possibilitar aos papagaios que são criados em cativeiros por muitos anos e que acabam adquirindo hábitos humanizados, como repetir a fala, possam retornar ao seu habitat silvestre e ainda manter o equilíbrio na natureza já que são tanto dispersores quanto destruidores de sementes.”
Sobre o projeto
O Projeto Papagaio da Caatinga realiza diversos procedimentos até o momento de soltura dos papagaios. Primeiro os animais passam pela triagem onde cada indivíduo é analisado quanto ao seu status corporal e motor, além do relato do histórico até o momento de passar pelos exames clínicos. Depois é necessário realizar a anilhagem, microchipagem e sexagem para que eles fiquem num viveiro de socialização, quando eles começam a formar casais, a viver em grupo, parar de responder a estímulos humanos como fala e aproximação, além de resgatar o medo pelos seus predadores e o treino da musculatura para o voo, como deve ser quando na natureza. O principal objetivo é promover o retorno dessas aves ao seu habitat silvestre e ainda manter o equilíbrio na natureza, visto que são tanto dispersores quanto destruidores de sementes.
Fonte: Texto e fotos: Jaquelyne Costa/Ascom CemafaunaNossa atuação
O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga, sediado em Petrolina-PE, atua em todo o semiárido nordestino do Brasil, abrangendo uma área de 982.563,3 km². Além de contemplar os diversos municípios impactados pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Centro desempenha um papel fundamental na reabilitação de animais silvestres. Essas ações de conservação ex situ são realizadas em sua unidade do CETAS, onde animais provenientes das atividades de supressão do PISF e das operações de combate ao tráfico de fauna, conduzidas por órgãos municipais, estaduais e federais, são acolhidos e cuidados.
São 12 anos de monitoramento. Este é um monitoramento de fauna, de longa duração, realizado na Caatinga Sensu Stricto por nossos analistas ambientais e pesquisadores.
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Campus Ciências Agrárias, BR 407, Km 12, lote 543, Projeto de Irrigação Nilo Coelho - S/N C1 CEP. 56.300-000, Petrolina - Pernambuco - Brasil - www.cemafauna.univasf.edu.br
Fundação Universidade Federal do Vale do São Franscisco