O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) é a sede do grupo de pesquisa multidisciplinar, de mesmo nome. Conta com participação de professores pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), de outras instituições brasileiras e estrangeiras, cujos projetos têm o apoio financeiro do Ministério da Integração Nacional, CNPq e FACEPE. Foi inaugurado em 07 de julho de 2008 para atender as demandas de resgate e monitoramento de fauna nos trechos sob influência das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF) realizado pelo Ministério da Integração Nacional (MI).

As primeiras instalações foram o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) e o Quarentenário que começaram a funcionar ainda em 2008 como requisito das demandas do Programa Básico Ambiental 23 (Programa de Conservação de Fauna e Flora) sendo o CETAS único num raio de 500 km, visto que o mais próximo está localizado em Salvador/BA na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Hoje, além de atender a demandas de resgate, monitoramento e soltura de fauna, sua localização estratégica possibilita o atendimento a diversos órgãos de fiscalização ambiental auxiliando no combate ao tráfico de animais silvestres, visto que Petrolina está inserida nas rotas dessa prática ilegal.

A área de atuação do Centro estende-se por todo o semiárido nordestino do Brasil, que compreende uma extensão de 982.563,3 km². Além dos diversos municípios que abrigam a obra do Projeto de Integração do São Francisco nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Cemafauna também realiza ações no estado da Bahia participando de operações de fiscalização ambiental a exemplo da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) realizada pelo Ministério Público da Bahia em parceria com diversos órgãos ambientais.

“Há nove anos conseguimos realizar esse sonho de construir aqui em Petrolina o Cemafauna. Já são 143 mil animais resgatados e mais de 100 mil devolvidos à natureza ao longo de todo esse tempo”, afirma o coordenador geral do Cemafauna, Luiz Cezar Pereira. O Museu de Fauna, desde sua fundação em 2012, conta 13 mil visitantes o que significa conhecimento gerado e repassado. “As crianças são as sementes em germinação porque depois da visita vão chegar em casa e comentar com os pais ‘Não precisa matar a cobra porque ela também é importante para o meio ambiente!’. É uma transformação e se eu quero transformar a cultura de caça de uma região, se nós queremos falar de sustentabilidade dos recursos, temos que passar essa consciência para as crianças. A Caatinga precisa ser descoberta, vista com outros olhos. Tem muita riqueza e necessita ser cuidada para não chegar à situação da Amazônia, por exemplo, com uma porcentagem mínima de área preservada”, ressalta.

O professor ainda comenta sobre a demanda que diariamente é realizada tanto no campo quanto nos laboratórios e o trabalho de educação ambiental feito através do Museu de Fauna. “Todas essas atividades nos permitem um efeito de missão cumprida. No entanto, há sempre muito a se fazer para que no futuro as gerações conheçam todo o potencial existente nas Caatingas”, conclui o professor Luiz Cezar. 

 

Arte - Kathianne Souza

Fotos - Jaquelyne Costa e Wesley Lopes

Fonte: Jaquelyne Costa/ Ascom Cemafauna

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